quinta-feira, abril 02, 2009

O brilhantismo do ténis português: De Frederico Gil a António Van Grichen

O ténis português tem vivido dias de grandes euforias. Desde as vitórias recentes de Frederico Gil no Torneio de Miami até às sensacionais subidas de Rui Machado e Michelle de Brito nos respectivos rankings, o ténis luso tem sido notícia nos 4 cantos do Mundo (apesar deste ser redondo!)

Depois de João Cunha e Silva (curiosamente o actual treinador de Frederico Gil) ter sido o primeiro tenista português a entrar num torneio do Grand Slam (Torneio de Wimbledon), os "entendidos na matéria" disseram que mais nenhum luso iria fazer o mesmo ou até melhor.

Alguns anos mais tarde, Nuno Marques veio desmentir tais declarações, com o apuramento para os mesmo torneio e com a "morte na praia" no Open dos E.U.A. (perdeu na última ronda do qualifying por duplo 7/5).

Se Nuno Marques já tinha feito grandes exibições por esse mundo fora o que dizer de Frederico Gil? Que é um fora-de-série? Que é um tenista do outro Mundo?

Claro que não! Dizer isso era um exagero, porque se assim fosse teríamos que classificar André Agassi, Pete Sampras, Ivan Lendl, Roger Federer ou Rafael Nadal como uns verdadeiros ETs.

O melhor tenista português de sempre é apenas um rapaz que começou a jogar ténis quando tinha 9 anos, sonhando com o dia que que iria entrar directamente no quadro principal do Estoril Open. Em Maio de 2009 vai cumprir o sonho, quando entrar pela 3ª vez nos courts do complexo desportivo do Jamor!

Rui Machado tem o mesmo sonho que Frederico, mas em 2009 não o vai poder cumprir. O jovem tenista ainda tem um ranking muito baixo, e por isso, se quiser jogar o Estoril Open 2009 terá que passar pelo difícil qualifying ou então pedir um wildcard a João Lagos. Mas, se Rui continuar com esta ascenção, um dia não terá que passar por nada disto e entrará, por mérito próprio, no quadro principal do maior torneio de Portugal.

Falando em wildcards, João Lagos já disse publicamente que um está guardado para a menina-prodígio do ténis nacional: Michelle Larcher de Brito.

A jovem, que já foi campeã do Mundo de júniores, esteve no Estoril Open 2008, mas apenas participou num encontro de exibição com outro jovem de valor, Gastão Elias.

Michelle treina na Academia de Nick Bollettieri por influência do pai, que a levou para os E.U.A. quando a jovem ainda usava fraldas (acontecendo o mesmo com a campeã Maria Sharapova).

Nos "states", a menina-prodígio aprendeu todas as técnicas, que fazem-na numa das mais temíveis jogadoras do circuito feminino (que o diga Serena Williams que se teve de aplicar a fundo para vencer a portuguesa, num recente torneio).

Ninguém sabe o futuro destes brilhantes atletas, mas penso que não será de estranhar se um dia os vermos a receberem o principal troféu de um Grand Slam.

Mas não só os jogadores a dar cartas, alguém já ouviu falar de António Van Grichen? Viktoria Azarenka já. E assim que soube do valor do técnico português, "agarrou" nele e nunca mais o "largou". Em poucos meses, a bielorussa subiu de um modesto top 200, para um brilhante top 20 e em todos os torneios agradece o apoio técnico, táctico e emocional do "my friend Tony", como aconteceu após o jogo das meias-finais do recente Torneio de Miami.


Jornalista: João Miguel Pereira

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